quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É o que me interessa.

Por muitas vezes, pensei ser capaz de amar tanto quanto seria amada. Acredito que, em algumas delas, nada disso se tornou real. A gente espera da vida. A vida espera de nós. E ficamos nessa, entre um e outro. Entre nenhum. E nada. Esperamos encontrar alguém que, assim como nós, queira um alguém. Que esteja disposto a não ser um projeto singular. E trocar o eu por nós. Esperamos mesmo sem querer esperar, que tudo seja verdade. Que dure. Mesmo o pra sempre sendo muito tempo, acabamos por acreditar que duraria um pouco mais. E mais um pouco. Nos dedicamos tanto a essa espera, que nos acostumamos a olhar sempre em frente. Como se lá estivesse a certeza de tudo. Ali. Parado na esquina. E não seria tanta loucura se de preferência, tivesse logo abaixo de um letreiro luminoso a refletir nosso nome. Verdade. Esperamos que as coisas sejam explícitas. Temos preguiça de procurar. Queremos o mais fácil. O mais certo. O que parece encaixar direito. Ser perfeito. Inteiro. Não esperamos um príncipe encantado, mas queremos exatamente a sensação que ele trás. Ou deve trazer. Sabe-se lá. Queremos entender tudo. Saber de tudo. Qualquer coisa que nos traga a menor ilusão de segurança. Esquecemos que nada é tão certo. Que não existe lugar marcado. Alma gêmea. Ou caixa forte pra guardar nada. Nunca vamos ter total certeza. Nunca. Ou se acredita. Ou vai sempre achar algo que não encaixa. Uma palavra que falta. Uma história que não bate. E confesso: POR MUITO TEMPO ACREDITEI QUE ME MANTER LONGE ERA ME MANTER SEGURA. E percebi que com isso, só me mantive distante. Das pessoas. De mim. Da vida. Poderia ter sido feliz em muitas ocasiões. Muitas que não fui. Por opção. Admito. Admito isso como admiti todo meu sentimento por ele. Um dia. Um tempo atrás. E lembro, como se fosse hoje, o aperto no peito pelas palavras recebidas. Tudo porque acreditei que, assim como eu, ele também tava disposto. A não saber. A arriscar. A viver. Mas ele teve medo. Tem medo até hoje. Lembro que pensei em desistir. Deixar pra lá. Mas fiz exatamente o contrário. Eu que sempre fiquei na defesa, parti pro ataque. E foi assim que eu percebi que as palavras dele não tinham rejeição. Tinha precaução. Foi então que, ao invés de me afastar fiquei presente. Mostrei sentimento. Verdade. Gostar. Dei a ele qualquer certeza que poderia dar. Então se rendeu. Foram as semanas mais especiais. Porque tudo o que a gente sempre procura é alguém pra ta perto. E ele tava. Mesmo longe, se fazia presente. E era tão linda a forma como me tratava. Mas foi então que minhas certezas já não foram suficientes. E por qualquer motivo [que confesso, ainda não entendi], ele resolveu ir. Dessa vez não tive como impedir. O que mais eu poderia falar que não foi dito? E não se engane eu ficaria a repetir as mesmas coisas pra ele quantas vezes fosse necessário. Até voltar. Até olhar nos meus olhos. Abrir o conhecido sorriso. E me abraçar. E confesso: EU TENHO TANTA SAUDADE. Mas nem sempre a saudade é querer que o tempo volte. E não quero volta. Quero recomeço. Quero o sentimento. A verdade. E a presença. Quero sorrir e me entregar ao que era feliz. E desculpe por isso. Por o querer. Por perto. Não quero só lembrança. Mas fiz uma promessa pra mim à ele: 'não vou enchê-lo com minha saudade nem com meu sentimento.' Admito que as vezes é tão difícil cumprir tudo isso. Não consigo ir embora de mim pé. Imagine de você?! E por mais que eu queira me manter afastada, não posso negar que ainda acredito nas mesmas coisas. Ainda acredito no que sinto. Acredito em mim. Nele. Em um nós que hoje, e só por hoje, está tão só. E não dá pra negar, meu coração ainda acelera ao vê-lo. Mas existe hora e lugar pra isso.







E ainda lembro do tempo em que ele dizia coisas através de músicas. Lembro que essa foi tão especial, que não só mandou a música, mas a letra, dias depois pro meu celular.