sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pra não dizer que não falei das flores.

Me deu vontade de falar de amor. Do sentimento que a gente nunca sabe se sente mesmo por alguém. Alguns dizem amar como se isso fosse algo tão simples. Tão rotineiro. Tão relativamente normal. Outros, nunca dizem. Talvez por não querer. Por não saber. Por nunca sentir. Mas amor, independente do momento dito, é sempre o mesmo. Sentimento real. Forte. Cabível a uma falta total de dimensão. É o sentir. O pulsar. O querer. É o desejo. A vontade. A certeza. E nunca a dúvida. É o sonho. Mesmo misturado com a realidade. É o caber. O exato. O porto seguro. O caminho de volta. E a certeza de ida. É o entregar. E o receber. É a oferta. A mão. O toque. O coração. É a vida. A união. E o espaço. O respeito. E a verdade. É tudo que não se pode explicar mas que se sabe. É tudo que não se sabe mas que se tem. É o sim. O não. E nunca o talvez. Acredito que o amor, ao contrário do que muitos dizem, não se sente uma só vez. Não é sofrido. Nem doído. Nem solitário. Amor é lindo. É único. É o tipo de coisa que alguém sempre vai sentir. Sempre vai negar. Porque amor é sentimento grande. Te faz perder noção. De medo. De realidade. De mundo. Amor é aquele querer reprimido. O sorriso de canto de boca. O olhar escondido. O coração acelerado. A confusão de pensamento. A fala calada. E as pernas tremulas. Amor é tanta coisa que não cabe em palavras. Não tem significado concreto. Explicação cabível. É sentimento farto. De boca cheia e com gosto. É a sensação de ser capaz de tanto mais. Tanto. São momentos. Momentos em que não precisamos dizer nada um para o outro e o mundo acontece. Amor é esse quase nada.


...sossegue. O amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será. [Carlos Drummond de Andrade]