terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um escuro.

Assim que me sinto. Perdida. Distante. Sozinha. Encostada em algum muro, olhando a vida de todo mundo tomar rumo, menos a minha. Porque tudo pra mim parte de uma conversa e chega a um desencontro. De pessoas. De interesses. De intenções. Porque sempre me sobram sentimentos e me faltam doações. Porque sempre sou Eu e nunca nós. E sinto falta. De ter alguém do lado. De declarar aos quatros ventos e não conter às quatro paredes. Sinto falta de voar. Pra longe. Pro alto. De desejar a eternidade e nunca o amanhã. Sinto falta de um ME querer muito mais que um querer. E isso eu sinto tanto. Vontade de ter com quem falar mesmo quando o silêncio é a única coisa que consigo dizer. Vontade de nunca dizer, apenas sentir. Parece sempre o mesmo resumo de história. Daquelas que não tem começo nem fim. Não tem nada. Ou tem. Enredos sem ritmo. E a velha trilha sonora que repete incansavelmente. Onde o refrão já nem é o mesmo. tão cansada de viver as mesmas coisas que nem consigo respirar. Me sinto sufocada. Abafada. Isolada. Não sinto nada que não seja esse buraco enorme dentro do peito.

'O que você demora, é o que o tempo leva.' Por que, como na canção, eu só tinha meia hora pra mudar a sua vida. E eu precisava de mais.