sábado, 3 de abril de 2010

Deve ser, então.

Por alguns dias, eu tive você ao meu lado. Tive sem ter. E só eu sei como foi difícil tudo isso. Como é complicado. Estranho. Um querer sem poder. Sem deixar. É como ter tudo sem ter nada. Sem poder tocar. Poder curtir. Sentir. Gostar. Inconscientemente, eu queria muito mais do que os encontros às escuras. Eu queria o carinho. O olhar. O cuidado. O estar perto, estando. Queria acordar com um beijo. Te olhar dormir. Ficar do teu lado. Sei... sabia exatamente como seria. Mas a gente não manda no coração. Sentimento é sentimento. É desejo. Vontade que cresce. Sufoca. E tudo tá tão grande aqui dentro, que às vezes, fica difícil segurar. Disfarçar. Esconder. Arranjar mentiras. Fico sem graça. Sem saco. Desanimada. Me sinto tão pequena. Tão insignificante. Substituível. Momentânea. E é tão ruim sentir isso. Hoje, mas que qualquer dia, só queria ouvir da tua boca que me quer. Que me gosta. Que fica comigo. Mas não se pode ter tudo. E por isso, só consigo silêncio. Fico sem saber o que fazer. Onde ir. Fico perdida em mim mesma. E não consigo ir embora de mim a pé.

Me pego olhando pro teto, como se alguma coisa fosse cair de lá. Fico tentando achar respostas de perguntas que nem sei fazer. quieta. Muda. Parada. As coisas continuam acontecendo lá fora. Mas não importa, você não está lá. Não está aqui. Foi embora. Saiu sem entrar. Sem dizer qualquer palavra. E eu só queria o teu ficar. O pertencer. A permanência. O abraçar, independente de tudo. Eu queria a música. A letra. O cantar. Queria escutar tua voz. Ver teu olhar no meu. Te explicar como me sinto. Como fico tonta. Sem ar. Feliz. Como você me faz tudo isso, sem fazer. Sem querer. Sem saber. Queria a tua volta. O teu sentimento. A tua pessoa. Queria o teu permitir no meu excesso de querer. Quero o teu conduzir. O teu me levar. O teu. E de mais ninguém. E por Deus, como quero teus braços me puxando pra perto. E de novo. E tantas vezes que fossem necessárias. Te dar beijos de bom dia, sem medo. Sem esconder. Sem inventar desculpas. E quem sabe, não consiga te arrancar qualquer coisa que não seja esse teu silêncio. Queria sentir tua respiração no meu ouvido. O coração. O sentimento inteiro. Completo. Aquele de verdade. Real. Aquele que vale a pena não falar, só sentir. Porque se tem certeza. Não restam dúvidas. Espaços. Receios. Só o gostar e ponto. E eu queria tanto isso hoje.

Faça isso por mim. Por você. Fica comigo.