sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pois é.

Sabe quando não se tem mais o que fazer? Quando não há mais nada pra dizer? Quando a gente procura. Encontra. E vê saindo. E não se pode chegar perto. Não se pode tocar. Olhar. Sorrir. Você dedica parte do seu tempo construindo uma coisa pra ser sua. Conserta. Ajeita. Preenche vazios com um gostar. Faz planos. Corre atrás. De vez em quando, fica cansada. Para. Desanima. Mas o outro sente. Volta. Te faz querer tentar de novo. E a gente acaba por começar novamente. A gente nunca imagina onde tudo vai terminar. Por mais que hajam outras opções, a gente só pensa na que é melhor pra nós. Na que nos faz feliz. Nos faz bem. A gente quer tanto uma coisa que chega doer. Chega a ficar abafado aqui dentro. Fica grande. Sem espaço. Mas fica tudo bem, porque a gente tem exatamente o que precisa ter. Mas o telefone toca. As palavras vão saindo como se não tivesse como parar. Saem seguidas. Uma frase atrás da outra. Vai deixando confusão onde chega. E confusão onde passa. E pra quem tinha alguma coisa, passa a não ter quase nada. A gente se sente pequeno. Fraco. Um grão de qualquer coisa no meio de um turbilhão. Tudo vai pro chão. Inclusive, a gente. E tomamos fôlego. Catamos cada pedaço. Deixamos de lado. E tentamos pensar em outra coisa que não seja essa tempestade. Cada um sabe o que lhe faz bem. O que é melhor. Se não sabe, procura. Por enquanto, um banho deve resolver. Por enquanto... depois não se sabe.