quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A gente sabe como a vida é.

Sabe que não vivemos só de alegria. Mas aí vem aquela pessoa que não é qualquer pessoa. Ela chega. E você sai de si, pra se encontrar. E se acha em todos os detalhes. Em todos os olhares. E em cada gesto. Você passa do carinho, pra paixão. Da paixão pro amor. E nem se dá conta disso. Simplesmente acontece. E você esquece. O mundo lá fora. As pessoas ao redor. E procura viver tudo isso como se fosse a única coisa que importasse. E é. Quando a gente ama de verdade, é tudo um emaranhado de sentimento bonito. É cuidado. Atenção. Admiração. Surpresa. Desejo e vontade. A gente ama e só. Cada detalhe e cada sorriso. Cada olhar. Gesto. Jeito. A gente se sente linda. Querida. Cuidada. A gente se sente gente. Esquece que o mundo lá fora continua girando. Não se da conta que contos de fadas não existem. E quando percebemos, as coisas simplesmente desmoronam. Você fica sem chão. Sem direção. Sem sentindo. Mal se consegue respirar. E só nota que chorar não adianta grande coisa, quando os olhos estão inchados. Você não entende. Procura uma explicação e a única que consegue não é de agora. É de antes. De anos atrás. E então, tudo piora. Porque enquanto você vivia um amor, viviam um passado. E infelizmente, não dá pra mudar o que aconteceu. Não dá pra apagar. E você tenta falar. Dói ainda mais quando, simplesmente, não acreditam em você. É como se tudo fosse uma mentira sua. E como você fosse nada. Como se nada fosse todo esse tempo juntos. E enquanto você procura uma razão pra tudo isso, o chão continua se abrindo. Você fica ainda mais arrasada, ao ver nos olhos da pessoa a desconfiança. E por mais que você o ame, essa dor tá doendo demais. Porque tudo o que você fez, não valeu nada. Porque pra ele, você ainda continua sendo aquela menina. Tanta desconfiança não o deixa ver que a mulher que o pedia pra ficar, apenas queria amá-lo. Pra vida toda. E por mais que o ame, tudo o que foi dito naquela hora, deixou um buraco grande demais. Uma dor imensa. E pior, um silêncio. E uma distância. Enquanto ele não consegue ver, você junta os pedaços de si mesma. Enquanto ele ainda não se permite viver o presente, você continua o amando. Enquanto isso, o tempo pode ser tempo demais.