terça-feira, 2 de agosto de 2011

Somos o que ouvimos.

Por hoje, talvez seja suficiente. Como por impulso você liga. E eu, sem querer mas já fazendo, respondo por meio de uma brincadeira o que você não queria ouvir. Você se abusa. Se chateia. Desliga em seguida. E não atende mais. Quando resolve romper o silêncio, diz simplesmente que não ta afim de conversar. Nem desculpas, nem qualquer palavra. Você age como acha que dever agir. Eu reajo como só posso fazer. Fico muda. Continuando o trabalho só por continuar. Engulo o choro esperando chegar em casa. Pra escrever. Pra chorar. Pra ficar quieta no meu canto. E enquanto acho que estais certo, por outro lado, perdesse qualquer razão. Por duas vezes, ouvi você olhando em meus olhos, e dizendo que não confiavas em mim. Por duas vezes você chegou e falou o que quis. Saiu sem olhar pra trás. Por duas vezes esqueci todas as acusações. Todas as suas certezas que eram dúvidas. Por duas vezes, engoli o choro e escutei o que tinhas a dizer. Eu tinha todos os motivos pra não estar afim de conversa. Tinha todos os motivos de me chatear. De me magoar. Mas todas as vezes, por mais razão que tinha, ouvi sua voz. E segui por ela. Deveria ser suficiente. Mas por hoje, talvez não.